Política na era digital: Conheça algumas ferramentas que estão facilitando o acesso à política

Para pessoas conectadas, sobretudo mais jovens – que nasceram e crescem durante o período de maior expansão da internet –, pode parecer óbvia a aproximação entre política e tecnologia, dado o volume de conteúdos políticos publicados por diferentes meios e canais digitais e sua interatividade. Essa aproximação, no entanto, ocorre há décadas, desde quando um imperador investia no aperfeiçoamento de seus exércitos por meio de melhorias em instrumentos e técnicas de guerra, por exemplo. De um passado distante a um presente global e cosmopolita, a diferença do uso que se faz entre política e tecnologia, em resumo, está no rompimento de fronteiras que possibilita que qualquer indivíduo tenha a experiência de coexistir em um mundo que é tão real quanto virtual.

Quando a tecnologia vai para as mãos do cidadão comum (ao invés de ficar restrita a elites ou grupos de interesse), a política pode ser feita por qualquer um, em qualquer lugar. A democratização da tecnologia é, atualmente, a melhor maneira de manter, inclusive, um regime democrático, em que a participação popular é fundamental.

Política “de qualquer lugar”

Em linhas gerais, a internet contribuiu para que as pessoas pudessem fazer política de qualquer lugar do mundo, como interferir na política de um município mesmo não estando presencialmente no local. São inúmeros os meios e canais digitais que os cidadãos podem acessar para mais bem se informar sobre política. Contudo, além de se informar, sob a democracia, os cidadãos podem interagir, expor o que acreditam, fazer críticas, denúncias e propor soluções.

Novas mídias, canais e ferramentas de internet têm possibilitado maior circulação de informações e conhecimento (científico ou não). Na realidade, todos estes instrumentos virtuais têm contribuído para a expansão da expressão política de modo mais livre (inclusive de regulamentação), ao invés da expressão controlada por instituições tradicionais como as academias de ensino (universidades, faculdades, escolas), além de jornais e revistas impressos, programas de TV e rádio. Mais especificamente, enquanto os canais e ferramentas digitais possibilitam a participação cidadã e produção de conteúdo de maneira indiscriminada, as instituições tradicionais permitem apenas participação restrita por meio de espaços bem delimitados e utilizados por um número restrito de pessoas, especialistas ou escolhidos pelos proprietários e/ou dirigentes destas instituições, ou compradores destes espaços.

Ferramentas de acesso à política

Ferramentas foram criadas para facilitar a relação entre conhecimento, poder público e demandas privadas para maior participação na vida pública. O lúdico é destaque de alguns aplicativos. Exemplos, em ordem alfabética, de como os cidadãos podem participar mais da política por meios digitais são os seguintes:

Cidade democrática: plataforma aberta para discussão de soluções para cidades em São Paulo, que se propõe a trabalhar por meio da inteligência coletiva.

Fast food da política: é um movimento que utiliza aplicativos de jogos para ensinar as pessoas a tratar de políticas públicas como mobilidade, além de propor a montagem de um governo, reconhecimento dos poderes instituídos e direitos dos cidadãos.

Meu deputado: aplicativo para acompanhamento de deputados federais que permite verificar atividades, presença em sessões, votos, despesas, além de comparar atuação dos membros da Câmara Legislativa.

Meu município: plataforma gratuita que expõe dados das contas de governos municipais, com o propósito de fomentar a transparência. A plataforma também possui ferramentas e indicadores que podem facilitar a análise do usuário.

Minha Sampa / Meu Rio: redes que pretendem aproximar paulistanos e cariocas a decisões sobre as cidades. O método é o dos debates e ações para a inclusão, sustentabilidade, criatividade e acessibilidade.

Me representa: plataforma que pretende expor os candidatos favoráveis aos direitos humanos. O internauta deve entrar no site, marcar as pautas importantes e descobrir quais são os candidatos que tratam dos temas escolhidos.

Pardal: aplicativo criado pelo Poder Judiciário para que os cidadãos se tornem fiscais das campanhas. Quem identificar irregularidades como compra de votos, uso indevido da máquina pública e propaganda fora dos padrões pode fazer denúncias que serão encaminhadas para o Tribunal Regional Eleitoral e Ministério Público do estado.

Politize!: portal de educação política que promete expor o conhecimento de maneira divertida e sem vinculação politico-partidária.

 

Por Juliana Fratini

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